domingo, 23 de maio de 2010

antes de partir‏



Deixa eu passar aí ? - prometo que vai ser rápido - tenho tanto para dizer, um tanto para contar, um tanto que não dá mais para esconder. Não tomarei muito do seu tempo, da sua vida, serão dois ou três minutos e então a despedida, dessa vez bem contida, como não poderia deixar de ser. Quero te falar das músicas que andei ouvindo, dos caminhos que estive descobrindo e das tardes frias que senti saudade, que senti vontade de bater aí na sua porta para te roubar para mim – sim, simples assim – para enfim partirmos adiante, como já foram os nossos sonhos, as nossas promessas, as nossas tantas conversas desperdiçadas.

Não, não quero te fazer mudar de idéia.

Será apenas a minha mão na sua mão, um abraço distante e um beijo na testa – faz algum tempo que não te vejo, e acho que o nosso velho encontro prometido ao menos parece digno de não ser engavetado, evitado, voluntariamente desmemorado das nossas memórias. Tenho aqui comigo uma última carta, as minhas últimas palavras, letras combinadas em lágrimas que passei muito tempo evitando. Vou ler baixinho no seu ouvido – no meio do silêncio absoluto – e em seguida eu saio, vou embora, - prometo que saio, se você prometer não me deixar morrer em você e antes disso, não deixar que eu queria te matar em mim - anuncio então que chegou a hora, a nossa hora, de nos enganarmos pensando que podemos ser felizes esquecendo a nossa história.

'Hoje preciso de você com qualquer humor, com qualquer sorriso. hoje só tua presença vai me deixar feliz.. só hoje ..'

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