terça-feira, 24 de novembro de 2009

sigo recolhendo meus pedacinhos pelo caminho.


é tudo tão efemero sempre. nem sempre é de todo ruim. e por vezes é bom, confesso. mas sempre com aquela sensação de 'amanhã não há mais nada'. é como se eu fosse me desfazendo a cada passo, como se fosse um cristal que tentasse acreditar na luz, e toda vez que ela bate o despedaça em mil fragmentos. sim, eu sigo de cabeça baixa, recolho um por um; cada pedacinho que caiu. e colo, remonto cada parte, até me tornar metade de novo à procura da outra parte para ser inteira. sei que a sorte um dia chega, mas sei também que devo me destrair cuidando do meu jardim pois como já diria Clarisse Lispector: 'Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios.'

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